quarta-feira, 25 de novembro de 2009

tocando o céu com os pés no inferno

Eis que chega a alegria,
eu tenho medo,

não sei o que ela me reserva depois.
a alegria é insana,
e sínica,
a alegria é falsa.
é efêmera como as flores.

Dias bipolares,
luz e trevas se alternam,
a alegria é breve
e surge
como se fosse suprema.

sábado, 21 de novembro de 2009

Leve-me daqui.

Quero sair do meu mundo
e me perder no seu.
Quero te sentir
até esquecer quem sou.
Quero sair do sério,
amar a noite,
brindar o caos,
voltar ao nada
pra poder voar...
Leve-me para seu sonho,
enlouqueça-me depressa!

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

preciso enlouquecer

Olho a meu redor
e nehum sinal de seu sorriso,

Então mergulho no lago escuro
sem conseguir chegar à margem.
Me desespero,
abraço a noite
regada a devaneios.
Chamo pelas trevas,
pra poder enlouquecer...

mas você está tão distante
que nem minha loucura
consegue te alcançar.

venha me salvar,
estou cada vez mais
parecida com as sombras.
tudo em mim chama por você,
faça algo por minha loucura,
é tudo o que resta,

segure minha mão
e diga que toda a dor irá passar,
ainda que não seja verdade,
ainda que eu não acredite,
mas eu preciso ouvir isso.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

segure minha mão

Estou perdida.
Não me encontro em lugar nenhum.
Dê-me sua mão,
não consigo alcançá-la.
não vejo nada,
não sinto nada,
ninguém me percebe.
Ninguém ouve meus gritos de socorro.
Estaria eu presa dentro de mim?
Sinto-me presa entre o mundo e sub-mundo,
ninguém pode me ajudar.
Eu queria apenas uma mão para apertar a minha.
o que fizeram comigo?
o que eu fiz de mim???
Desde quando estou aqui?
que lugar é esse?
Aproxime-se de mim,
diga-me o que está acontecendo...
ou apenas segure minha mão...
bem forte.

vou pelas sombras

Ouço o silencio das montanhas
e caminho para dentro de mim.
Nunca tinha me visto tão de perto.
Sinto-me alegre e triste,
mas sinto...
simplismente sinto.

Estou alegre
porque estou embebida de liberdade.
e triste
pela lembrança de algo na infancia
que nunca aconteceu,
saudade do que eu não tive...

O vento sopra uma canção de ninar,
meu coração está tranquilo.
Vôo para o nada,
minhas asas estão livres e abertas;
o sol está bem escondido;
bom dia escuridão!

beijo de misericórdia

Chegue bem perto de mim
e sinta meu coração batendo devagar.
Dê-me uma direção,
oriente minha respiração frágil.
Não vá embora, meu amor,
dê-me uma fração de seu olhar
e sopre vida em meu peito.
Deixe-me um minuto
diante de seu rosto,
não posso voar
sem te contemplar.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

mande-me flores mortas

Porque será que o que é bom
deve ser condenado à eternidade?

Nada é para sempre, nada em nós é definitivo.
As vezes queremos controlar tudo, ser tudo para alguém.
Porque querer ser tão absoluto se a verdade está aqui...
esperando pra ser inventada.

Para o fim temos a memória, e
para a dor
temos o aprendizado.
É sempre assim, não tenha medo.

Gosto de flores mortas,
gosto de borboletas,
quanto mais finito, mais belo.
Brindemos o fim bebendo do efêmero.

preciso sair de mim pra poder me salvar.

Preciso enlouquecer
pra me libertar.

quero mostrar tudo o que há de podre em mim.
quero deixar de ser eu mesma
pra poder voltar a mim.

quero saber quem eu sou.
quero rasgar minha pele,
cortar meu cabelo,
quero sangrar.

Quero o insóbrio,
o insalubro,o venenoso.
quero beber do caos,
ser sugada pelas sombras,
sentir meus pés sendo puxados.

velha insônia

Nem morte, nem vida,
um estado de não-vida.
Velha insonia!...
que não me deixa viver,
que não me deixa morrer.

Estou exausta
mas não posso dormir,
a velha insonia me negou o descanço,
a velha insonia levou-me as forças.

Acordada
como quem transita por séculos a fio,
sem poder descançar,
sinto um gosto amargo de eternidade.